03/09/2025

Não tenho titulo pra isso...

 Estava organizando  algumas coisas para me desfazer/guardar, acabei encontrando um poema que me fora dado de presente. Sem data, sem assinatura...apenas o poema. Estava junto com um cartão de entrada gratuita para o jogo Ragnarok... tudo isso em uma agenda minha de 2003 (que me desfiz). O mais interessante  é que conforme fui foleando a agenda, separando cartas de amigos e colegas, minha visão de mim mesma foi mudando. Ok,  é algo com mais de vinte anos, mas a depressão e a TAG são coisas traiçoeiras e sei que eu deveria estar falando disso na terapia, mas falam muito da criança ferida e esquecem do adolescente fudi***, mas também acho saudável falar disso aqui.

Quem me escreveu isso (um homem), estava se despedindo de mim, eu me lembraria se tivesse recebido tal poema, mas estava ali, guardado e esperando para ser lido. Achei uma escrita simples, mas ao mesmo tempo me trouxe um conforto, alento e um pouco mais de esperança. Vim aqui apenas para colocar uma pequena parte desse poema aqui e espero que gostem.


" Tanta beleza
Tanto sofrimento...
delicada natureza
dura como cimento...
(...)
Assim disfarçados
os males seguem
sempre velados
assim permanecem
(...)
Enfrentei as dores
para ver
As vivas cores
das rosas do viver"

- Poema " Mar" (autor desconhecido)


Pelas agendas que eu ainda guardava, percebi que sou a dualidade -que não me fere mais- mas me faz quem eu sou. Tipo o meme das meias com coturnos:


Algo que eu escondi por muitos anos, usei por muito tempo apenas roupas escuras e um estilo mais agressivo e sombrio e hoje, quando fui revisitar esse estilo dias atrás, eu me estranhei e não me reconheci. A internação foi como uma virada de 180 graus e depois 360 graus, uso roupas mais coloridas e mais convidativas, pois me tornei um pouco mais eu e essa dualidade todos temos, mas a vida adulta nos ensina que  é errado, sendo que errado, é não sermos quem somos por inteiro! Digo, nos privamos de agir e pensar ( de forma saudável   é claro, há coisas que não rola mesmo) como realmente pensamos, isso   é agressivo demais, corrosivo, atrevo em dizer.

Esse poema que coloquei apenas partes,  é ao mesmo tempo soturno e também bonito, pois diante da dor de quem o escreveu, há beleza no fim (talvez essa pessoa havia falado de cura, levando em consideração a época que eu me encontrava). Sei lá, apenas me deu vontade de escrever isso, sei que há quem lê aqui e isso me deixa feliz, mesmo sem comentários. A beleza é dual, pois somos dualidade (não duplicidade), afinal sem luz não há sombra.

See ya!

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