Sobre influencias saudáveis

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(primeiro texto de dois de hoje)
Esse texto estava nos rascunhos, mas nunca tomava forma...Seria algo redundante eu mencionar como a Internet nos influencia de uma maneira pouco saudável, no entanto , o fato que a gente está tão sobrecarregado e com medo de pessoas (não mencionando as neuro divergências) , que fazemos nossas coisas no mundo real de cara fechada, por vezes algum desconhecido quer conversar conosco e não abrimos margem para conversa. Esses dias meu irmão foi levar nossa cachorrinha ao veterinário e voltou com uma historia bacana e inspiradora (serviu de inspiração pra mim pelo menos).

Ele contou que conheceu um senhor, este que deve estar na casa dos setenta. Este senhor contou que começou a escrever poemas/poesias durante a pandemia, este mesmo homem apenas tem o ensino fundamental e mesmo assim, tem reconhecimento pela academia de letras. Num dos meus textos que esta no rascunho ( o segundo na fila para publicação hoje), falo que acho uma porcaria preconceito linguístico e acrescento: sabedoria e conhecimento são coisas distintas, acho uma escrotice quem usa do seu conhecimento, para diminuir alguém e acredita que diminuir alguém intelectualmente é a coisa mais bacana do mundo.- isso apenas mostra que ter informação e ser extremamente instruído, não faz de alguém desprovido de ignorância. Não falo do povo que acredita em charlatanismo e pseudociência, mas falo de gente com pouca escolaridade e que possui muita vontade e pouco acesso e/ou alguém com disposição para ensinar. 

Ando refletindo bastante sobre as influencias que quero cultivar, conteúdos que quero consumir e o que entra e sai da minha vida ! O fato de eu escrever esse texto, ao invés de postar um que já esta pronto a um tempo, me  fez perceber como pessoas que não estão mais em minha vida, ainda me causam certa influencia  (gatilhos), mas ao mesmo tempo estou lutando contra isso todos os dias! Como pequenas coisas e atitudes fazem a diferença em nossas vidas! Quando meu irmão me contou a historia deste senhor eu fiquei bem reflexiva, mais do que de costume aliás. Ler sobre pessoas emocionalmente imaturas, também me ajudou a perceber que por mais boa vontade e empatia que empreguemos, isso faz mais mal do que bem para  nós mesmos!

Muitas vezes os valores que nos são passados, constitui em sacrificar-se e abrir mão de si, que o tempo passa rápido e que tudo tem que ser feito com data de validade. Mas nossas escolhas individuais dizem respeito apenas a  nós mesmos,  nós que conviveremos com tais escolhas pelo resto da vida! Nós que devemos saber o que é bom ou não e quando errarmos, seguir em frente e está tudo certo. A Marcela de dez anos atrás se não tivesse colado a saúde mental em primeiro plano, teria priorizado a faculdade e se formado em um curso no qual não lhe faria feliz, por mais que ela se interesse e ame. Eu acreditava que estabilidade era apenas conquistado no tradicional, mas estabilidade material não se conquista sem estabilidade da nossa saúde (física e mental). 

Compreender que calado sempre vence, não é sobre inveja e mau olhado, é sobre focar naquilo que tu sabe que te faz bem sem interferências de terceiros. Muitas vezes convivemos com medos e renuncias que não são nossas, esquecemos de quem somos e o que queremos, aprendi que muitas vezes não soltar a mão de alguém aprisiona e no fim,  não é apenas sobre priorizar a si, é enxergar e aceitar que quem te faz bem te faz florescer e nem sempre ausência significa desistência, mas sim, uma  barreira muito forte na qual quem nos quer bem não consegue ultrapassar. Eu escolho quem me faz crescer e não quer apenas que eu faça companhia, pois enxergou em mim uma esperança e um consolo para justificar suas inseguranças e estagnação. Quando eu falei sobre não segurar a mão de todo mundo, falo de quem ao invés de segurar nossa mão, para conseguir levantar e seguir ao nosso lado,  segura nossa mão para nos puxar para o fundo do poço  para permanecermos num conforto, que só é confortável para o outro. 

Sei que refazer conceitos/perspectivas é desgastante, mas no fim das contas, é sobre viver a minha realidade individual e não a realidade alheia baseada em conceitos e percepções que não me cabem.


🎧Theatre of Tragedy - Cassandra & Der Tanz Der Schatten live Kraków (2000)


2 comentários:

  1. Oi Marcela, tomei um susto achando que seu blog tinha acabado, mas aqui está você, ainda bem.
    Seu texto chegou em boa hora para mim, estava quase largando de mão viver a vida que eu quero de paz e tranquilidade e voltando ao modo tradicional. Estou tentando fazer transição de carreira, mas existe dentro de mim ainda aquele medo de não ser levada a sério depois de estudar tanto para algo e depois desistir dessa algo, pois não suportei a barra. Mas como você sempre tem falado o importante é priorizar a saúde mental e viver a realidade individual. Seu texto me deu um quentinho no coração, principalmente quando você escreveu sobre o senhor poeta. Sofro diariamente com a síndrome de impostora, já que sou uma mulher de família de baixa renda que conseguiu fazer faculdade, mas se acha pouco inteligente, pois esteve no meio de pessoas que tiveram condições de serem "inteligentes", ler a história desse senhor também me inspirou, pois diploma não é sinal de inteligência. Desculpe o textão.
    Abraços

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    1. Oi Z.!
      Não precisa pedir desculpas por textão não, são sempre bem vindos! A mudança é bem assustadora, mas viver no automático desgasta a gente... quando eu era menor aprendiz um dos nossos docentes passou por algo parecido com o que tu está passando. Ele chegou a se formar em Química, ficou um período trabalhando na área e com quase 30 percebeu que sempre quis cursar psicologia e lá foi ele. Cansativo é, recomeçar depois de uma certa idade também, mas de verdade, apenas vá com calma por mais que a síndrome do impostor te sabote por vezes!

      Espero te ver mais vezes por aqui!
      Abraços!

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